Entenda proposta para inclusão de canetas contra obesidade no SUS 2f6c6a
Consulta pública vai discutir oferta de semaglutida 2,4 mg, de nome comercial Wegovy, na rede pública; veja público que pode ser beneficiado 6o5p43

Menos de duas semanas depois da divulgação da nova diretriz da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), que a a indicar os medicamentos mais atualizados contra a obesidade para o tratamento da doença, uma consulta pública foi aberta pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) para a inclusão de semaglutida 2,4 mg, princípio ativo do Wegovy, na rede pública de saúde. As contribuições podem ser feitas pela sociedade civil e médicos até o dia 30 deste mês.
Para a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS), a proposta é direcionar o tratamento injetável semanal para pessoas que vivem com obesidade e histórico de doença cardiovascular estabelecida, sem diabetes, e com mais de 45 anos.
“Atualmente, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de sobrepeso e obesidade do SUS recomenda apenas intervenções de mudança de estilo de vida, como dieta e atividade física, e, em casos mais graves, a cirurgia bariátrica. No entanto, existe uma lacuna significativa entre essas opções, pois muitos pacientes não respondem adequadamente apenas às mudanças de estilo de vida, mas ainda não são elegíveis ou preferem não recorrer à cirurgia. Além disso, em situações mais graves, para ser submetido à uma cirurgia tão invasiva, o paciente também precisa perder peso antes do procedimento”, explicou, em nota, Priscilla Mattar, vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk no Brasil.
Segundo ela, a semaglutida 2,4 mg é capaz de atuar nesses dois cenários e, como se trata de uma doença crônica, o tratamento será utilizado para a manter a perda de peso.
População a ser beneficiada 4n391u
A consulta pública, cujo link está disponível aqui, não terá como foco toda a população brasileira que vive com obesidade e este é um dos primeiros os para o processo de incorporação ou não do medicamento. De qualquer forma, a discussão sobre a oferta para um grupo que necessita do tratamento já é considerada benéfica, segundo a endocrinologista Maria Edna de Melo, coordenadora da Comissão de Advocacy da Abeso e diretora do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
“A incorporação de medicamentos para o tratamento da obesidade no SUS é importante. Sabemos que não é viável oferecer terapias de alto custo para todos os pacientes, por isso é preciso priorizar os perfis que mais se beneficiam. Então, neste momento, a solicitação da semaglutida é para um perfil específico de pacientes, pois se trata de uma medicação de alto custo. Mesmo que o o inicial atinja um grupo reduzido, cada vida impactada positivamente já faz a diferença.”
Maria Edna relembra que outras análises da comissão foram desfavoráveis à incorporação. No entanto, entidades médicas continuam dando apoio à inclusão do tratamento.
“A liraglutida também está em consulta pública, com indicação para pacientes com obesidade, diabetes e doença cardiovascular. No entanto, assim como no caso da semaglutida, a recomendação preliminar da Conitec foi pela não incorporação, o que frustra expectativas e limita ainda mais o tratamento”, afirma a endocrinologista. “O que vemos é que, quem tem recursos, consegue o aos tratamentos, enquanto o paciente dependente do SUS só espera. E, enquanto espera, a obesidade avança, outras doenças se instalam e a qualidade de vida despenca”, completa.
Obesidade no Brasil 396k10
De acordo com a edição do Atlas da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), publicada em março deste ano, 68% da população adulta brasileira vive com sobrepeso e a obesidade atinge 31%.
É estimado que 119,1 milhões de brasileiros terão índice de massa corporal (IMC) elevado em 2030. De acordo com as projeções, o número de homens com obesidade pode aumentar em 33,4% até 2030. Na população feminina, crescimento pode ser de 46,2%.
Canetas contra obesidade são indicadas para tratamento de obesidade m42c
Uma nova diretriz lançada pela Abeso no mês ado estabelece que os médicos devem dar “prioridade para medicamentos de alta potência e metas realistas” sem deixar de lado o olhar individualizado para os casos que chegam aos consultórios.
Eles devem continuar recomendando mudanças no estilo de vida, como adoção de alimentação saudável e prática de atividades físicas, mas incluir o tratamento medicamentoso com semaglutida (Wegovy), tirzepatida (Mounjaro) e liraglutida (Saxenda).