Harvey Weinstein: Juiz anula julgamento de acusação de estupro em meio a brigas do júri 2s4f3d
Na véspera, ex-produtor de Hollywood foi considerado culpado em um caso e inocentado em outro 54k3o

O juiz responsável pelo caso de Harvey Weinstein anulou nesta quinta-feira, 12, o julgamento de uma acusação de estupro contra cofundador do estúdio Miramax. Weinstein, um dos produtores mais influentes de Hollywood, enfrentou três denúncias na audiência em Manhattan, em Nova York, dentre as quais foi considerado culpado por uma e inocentado por outra na quarta-feira. O júri, no entanto, não conseguiu entrar em um consenso sobre uma terceira, movida pela atriz Jessica Mann, e teve de retornar ao tribunal nesta manhã.
“Às vezes, as deliberações do júri se tornam acaloradas”, disse o juiz Curtis Farber, ao anunciar a anulação. “Sei que esta deliberação em particular foi mais acalorada do que algumas outras. Isso é lamentável.”
As deliberações têm sido marcado por brigas explosivas entre os jurados, sete mulheres e cinco homens. Antes da decisão desta quarta-feira, foi revelado na audiência que o júri estava “gritando e berrando” e que um dos integrantes disse a outro, em tom de ameaça: “Te vejo lá fora um dia”. Segundo a agência de notícias Reuters, o julgamento foi declarado nulo após um dos jurados ter se recusado a continuar.
Weinstein respondia por três acusações: por forçar Miriam Haley, ex-assistente de produção a praticar sexo oral nele em 2006, tendo sido declarado culpado; por também forçar a ex-modelo Kaja Sokola a fazer sexo oral em 2006, da qual foi inocentado; e por ter agarrado e estuprado Jessica Mann num quarto de hotel em 2013, cujo julgamento foi invalidado. Ele alegou inocência das três queixas.
A condenação de quarta-feira agrava o cenário para Weinstein, que já enfrenta uma pena de 16 anos de prisão na Califórnia por estupro. Ele ainda não começou a cumprir o tempo e permaneceu detido em Nova York desde que sua condenação foi anulada. Em agosto do ano ado, a promotora distrital do Queens, Melinda Katz, informou que o ex-produtor “cumprirá a pena na Califórnia primeiro, pois agora é sua sentença principal”.
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#MeToo 3467h
Há cinco anos, sua condenação foi um momento crucial para o movimento #MeToo, que incentivou mulheres a denunciarem homens poderosos na mídia, na política e em outras esferas por má conduta sexual. Mais de 100 mulheres, incluindo atrizes famosas, acusaram Weinstein por crimes de agressão, um ponto focal do movimento. Seu estúdio de cinema, o Miramax, entrou com pedido de falência em março de 2018, colapsando após o produtor entrar nos holofotes como um predador.
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Condenação 1p3j6m
Weinstein foi considerado culpado de estupro e agressão sexual por um júri em 2020, e condenado a 23 anos de prisão. Um tribunal estadual de apelações, porém, anulou a condenação em abril de 2024 e ordenou um novo julgamento, concluindo que algumas das mulheres que o acusaram de crimes e testemunharam no processo não faziam parte do caso que foi construído contra ele não deveriam ter sido autorizadas a depor.
O gabinete do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, acusou Weinstein de agressão sexual contra sua ex-assistente de produção, chamada Miriam Haley, em 2006, além de estuprar Jessica Mann, aspirante a atriz, em 2013, crimes pelos quais ele foi condenado no primeiro julgamento. Desta vez, o produtor também enfrenta uma nova alegação, de supostamente agredir uma mulher não identificada em Manhattan, em 2006.
Durante o primeiro julgamento, a acusação retratou o réu como um predador em série com um modus operandi claro: ele manipulava mulheres com promessas de ascensão profissional em Hollywood, as convidava para quartos de hotel ou apartamentos particulares e, em seguida, as dominava e atacava.