Nova tributação do governo pode minar disposição de investidores, diz IFI
VEJA Mercado: Marcus Pestana alertou para reação negativa do mercado e afirma ainda que dividendos extras podem soar mal nas estatais
VEJA Mercado | 10 de junho de 2025.
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados entre perdas e ganhos na manhã desta terça-feira, 10. O novo plano de aumento de impostos do ministro Fernando Haddad não pegou bem na Faria Lima e tampouco em Brasília. O governo se compromete a revogar parcialmente o aumento nas alíquotas do IOF em caso de aumento de outros tributos, como os que incidem sobre investimentos. Os títulos de LCIs e LCAs, antes isentos, ariam a ter alíquota de 5% em 2026. Os demais títulos de renda fixa podem ter um único tributo de 17,5%. O governo ainda planeja arrecadar mais dinheiro dos bancos por meio da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), das apostas online e ainda dos Juros sobre Capital Próprio (J).
Até mesmo as estatais podem ‘pagar o pato’ por meio do pagamento de 44 bilhões de reais em dividendos extraordinários. Entidades alertam para os efeitos negativos sobre o setor imobiliário e o agronegócio. Todas as medidas precisam de aprovação do Congresso. Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, não se compromete a aprovar todo o pacote fiscal de Haddad. O Ibovespa registrou a sua quarta sessão consecutiva de baixa depois do anúncio do governo.
Diego Gimenes entrevista Marcus Pestana, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI). O especialista afirmou que as novas alíquotas de IOF e os novos tributos ansiados pela Fazenda sobre investimentos podem minar a disposição dos investidores estrangeiros aportarem recursos no Brasil. O risco de uma interferência nas estatais e de um ‘shutdown’ das contas públicas também são temas da entrevista. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube, Facebook, Twitter, LinkedIn e VEJA+, a partir das 10h. Ouça também no Spotify!
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