O que Bolsonaro e seus advogados disseram sobre o interrogatório no STF 2q5e2r
Na avaliação do ex-presidente e da sua defesa, audiência no Supremo serviu para comprovar 'perseguição política' na denúncia da PGR 256f61

Depois de ser interrogado por pouco mais de duas horas na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que as acusações contra ele são “uma mentira sem fundamentos inventada para justificar uma perseguição política” e voltou a inocentar o ex-assessor da presidência Filipe Martins, que é, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o autor intelectual da minuta de golpe que teria sido apresentada aos chefes das Forças Armadas.
“Hoje, coloquei um ponto final em duas narrativas absurdas que nunca deveriam ter existido. A primeira é essa farsa chamada ‘minuta do golpe’. Nunca discuti qualquer documento com teor golpista. Também nunca participei nem autorizei qualquer conversa sobre prisão de autoridades. Isso simplesmente não existiu. É uma mentira sem fundamentos inventada para justificar uma perseguição política contra mim e contra aqueles que me apoiam”, disse Bolsonaro nas suas redes sociais na noite de terça, 10, horas depois de seu interrogatório ter sido encerrado.
Sobre Martins, o ex-presidente disse que é “completamente ilógico, para não dizer absurdo, supor que ele participaria de uma reunião sobre temas de segurança interna”. Ele também criticou a prisão do ex-assessor. Filipe Martins foi preso preventivamente sob o argumento de que havia risco de ele deixar o país no curso das investigações. Sua defesa argumenta que não há provas de que ele teria tentado viajar para o exterior na comitiva de Bolsonaro para os EUA no final de 2022. Agora, Martins está em prisão domiciliar. Ele é réu no núcleo 2 da trama golpista.
– Hoje, coloquei um ponto final em duas narrativas absurdas que nunca deveriam ter existido.
– A primeira é essa farsa chamada “minuta do golpe”. Nunca discuti qualquer documento com teor golpista. Também nunca participei nem autorizei qualquer conversa sobre prisão de… pic.twitter.com/UzYWReDjwn
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 10, 2025
O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, um dos que compõem a banca de defesa do ex-presidente, avaliou de forma positiva o resultado do interrogatório de terça. “O presidente, mantendo sempre atitude respeitosa, deixou absolutamente claro que jamais pretendeu atentar contra as instituições ou promover alguma sorte de quebra institucional”, disse o defensor também pelas redes sociais. “A acusação é uma narrativa que não se sustenta em elementos mínimos, evidenciando mais um episódio, a se lamentar, de judicialização da política e politização da justiça.”
Hj o Presidente Bolsonaro prestou seu interrogatório nos autos da ação penal 2668, em que a Procuradoria Geral da República lhe atribui crimes contra o estado democrático de direito.
Tramitando na 1 Turma do STF — quando deveria sê-lo no Plenário, sempre convém lembrar —, o…— Paulo Cunha Bueno (@paulocunhabueno) June 10, 2025
Depois do interrogatório de Bolsonaro, foram ouvidos os últimos dois réus do núcleo 1, o principal da trama do golpe — Paulo Sergio Oliveira e Walter Braga Netto. Podem ainda haver diligências complementares até que a fase de produção de provas se encerre. Depois, o relator do caso, Alexandre de Moraes, deve abrir prazo para que todos os acusados apresentem alegações finais.