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Drogas, vírus e até música: os progressos de 2025 contra o câncer 1u6y1j

Médica comenta principais novidades apresentadas no maior evento de oncologia do planeta. Soluções visam diversos tipos de tumor 6v5l3o

Por Rachel Riechelmann* 14 jun 2025, 08h00

Durante um dos maiores congressos internacionais de oncologia, o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2025), foram apresentados os mais recentes e promissores estudos sobre câncer, assinados por centros de pesquisa do mundo todo. O evento deste ano reuniu mais de 45 mil participantes.

Entre os trabalhos que mais se destacaram no congresso está o estudo que comprovou o benefício da prática de exercícios físicos para pacientes oncológicos. O estudo CHALLENGE, feito com 889 pacientes com tumores de intestino, mostrou que a atividade física moderada e constante por três anos após a cirurgia e quimioterapia reduzem em 28% o risco de retorno do tumor e diminui a mortalidade em 37%, aumentando as taxas de cura.

Há novidades também para pacientes com câncer gástrico. A combinação da imunoterapia durvalumabe à quimioterapia perioperatória (antes e após a cirurgia) provou reduzir em 29% o risco de recorrência da doença, além de aumentar a taxa de cura para esses pacientes.

Já no caso do câncer de pâncreas, um dos mais desafiadores na oncologia, buscando melhorar os resultados cirúrgicos e de sobrevida, um estudo avaliou um novo protocolo intensivo de quimioterapia pré-operatória chamado PAXG, com quatro quimioterapias combinadas (cisplatina, nab-paclitaxel, capecitabina e gemcitabina). O protocolo reduziu em 36% o risco de recorrência da doença ou morte e já pode ser considerado em pacientes com boas condições clínicas.

No cenário do câncer de mama, as pesquisas trazem mudanças no tratamento de pacientes com tumores avançados. Quando os tumores são dependentes dos hormônios femininos estrógeno e progesterona, se utiliza hormonioterapia para controlar o crescimento do câncer de mama. A troca da hormonioterapia atual por uma de nova geração, o camizestranto, na presença da mutação tumoral ESR1 detectada no sangue das pacientes, dobrou o tempo de controle do tumor.

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Para pacientes com tumores de próstata, tivemos a confirmação da importância dos exames genéticos como preditores de benefícios de terapias alvos. Estudo em pacientes com alterações em genes de reparo do DNA (presente em cerca de 20-30%) demonstrou que o acréscimo de niraparibe (terapia que tem como alvo proteínas responsáveis por reparar o DNA) à terapia hormonal aumentou o tempo de controle da doença.

Outro ponto de destaque foram os estudos com radiofármacos (elemento químico como o Lutécio177 que é acoplado a um carregador que o leva até células tumorais específicas do câncer de próstata, onde emite uma irradiação mais localizada) em pacientes que apresentaram recorrência tumoral após tratamento com cirurgia e/ou radioterapia. Neste cenário, habitualmente se usa a hormonioterapia, que pode trazer efeitos colaterais indesejáveis, como a andropausa.

Mais uma estratégia inovadora apresentada é o uso de uma terapia que modifica o vírus do herpes em laboratório (CAN-2409), em combinação a um medicamento antiviral, levando a produção de uma proteína que destrói as células tumorais e potencializa o tratamento da radioterapia. Já no caso de pacientes com carcinomas neuroendócrinos, um tipo raro de câncer, o “Obrixtamig”, um do tipo terapia alvo combinado a uma imunoterapia, demonstrou redução tumoral significativa em até 60% dos casos. Este medicamento estimula a imunidade do organismo.

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O e interdisciplinar tem se unido para melhorar os cuidados de pacientes com câncer e também pudemos trabalhos que exploraram esse aspecto na ASCO, como é caso do estudo que comparou a musicoterapia e a terapia cognitivo-comportamental para melhorar ansiedade, depressão, fadiga, insônia, dor e qualidade de vida. A conclusão foi que ambos tratamentos diminuíram significativamente esses sintomas.

Os achados das pesquisas científicas apresentadas na ASCO 2025 mostram novos caminhos e alternativas terapêuticas que podem ampliar as taxas de sucesso dos tratamentos de câncer e nortear protocolos ainda mais precisos, otimizados e eficientes.

* Rachel Riechelmann é oncologista e líder do centro de referência em tumores neuroendócrinos do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo

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